sexta-feira, 30 de maio de 2014

Breve estudo introdutório da primeira epístola de Pedro

Trabalho produzido em co-autoria. Participação de: Albert Azevedo, Bruno Flávio, Fabrício Fraga, Osmário Xavier e Ronan Freitas. Edição: Fabrício Fraga. 

Imagem meramente ilustrativa

INTRODUÇÃO

O presente estudo consiste de um breve estudo introdutório à Primeira Epístola do Apóstolo Pedro. O objetivo desta pesquisa é fornecer diretrizes básicas para o estudo e interpretação da Epístola à luz de informações literárias, contextuais e teológicas.
A ampliação das linhas de estudo se dá através da análise de fatores como autoria, data de escrita, local de composição, destinatários originais, propósito, conteúdo geral, identificação e avaliação das principais variantes textuais, situação canônica e contribuição teológica da Epístola.
Esta introdução não pretende encerrar os assuntos concernentes à Epístola, antes, visa contribuir com a discussão e hipóteses do texto Bíblico Neotestamentário.
A base desta breve pesquisa consiste da revisão bibliográfica de obras literárias Teológicas anteriores, e como tal, se limita a apresentar as ideias de outros autores e oferecer possibilidades ao campo Teológico.

 AUTOR
           
Apesar de I Pedro começar identificando-se como sendo escrita por Pedro isto não que dizer que a sua autoria seja uma unanimidade entre os especialistas. Alguns comentários consideram que esta epístola tem várias expressões similares à mensagem de Paulo, especialmente quando direcionada à audiência de gentios cristãos. Sendo assim, ela poderia ser uma carta Paulina (BAUCKHAM, 1988).  BAUCKHAM chega a citar F. W. Beare, que duvida da autoria de Pedro por identificar a perseguição mencionada no livro com a do Imperador Trajano (98-117), sendo que Pedro morreu em 54-68. Segundo ele, esta epístola faz uso de literatura Paulina aparentemente posterior (BAUCKHAM, 1988). De acordo com o teólogo especialista em Novo Testamento Reicke, a autoria deste livro pode ser de Silvano por influencia de I Pe 5:12, especialmente levando em conta que Paulo citou 2 vezes Silvano como seu colaborador  I Ts 1:1 e II Ts 1:1 (1964, p. 69).
Mas apesar de algumas dúvidas a respeito da autoria de I Pedro, existem fortes evidências históricas da autoria desde o primeiro século, como a de II Pedro 3:1, que traz a citação de esta ser a segunda carta escrita por ele, realçando a existência da primeira. Eusébio cita uma tradição do meio do segundo século, comum a Papias de Hierapolis e Clemente de Alexandria, de que “Pedro” cita Marcos em sua primeira epístola. Irineu, perto do fim do segundo século, cita passagens de I Pedro, com a menção explícita de que Pedro é o autor. Tertuliano faz alusão a I Pedro e cita Pedro como autor da mesma. Clemente de Alexandria faz alusão à epístola de Pedro frequentemente e o cita por nome.
Tendo em vista o testemunho dos vários pais da igreja (BAUCKHAM, 1988); a forte evidência interna que indica a autoria por Pedro; a aceitação maciça da autoria de Pedro por parte da igreja; a ausência das marcas comuns às pseudoepígrafes, conforme Longman (1981, p. 211e 212), podendo ainda indicar outros autores, como Mattew Henry (1991, p.1001) e Collins (1980, p. 547); ainda que de maneira não conclusiva, podemos defender com boa base que Pedro é de fato o autor da epístola de I Pedro.

DATA

Para termos uma ideia da data de composição de I Pedro precisamos compreender a trajetória de Pedro e o conteúdo de sua epístola. Ao levar em consideração que Paulo e Pedro foram vitimas da perseguição de Nero, iniciada após o incêndio de Roma em 64, a carta de Pedro provavelmente foi escrita pouco tempo antes da grande perseguição promovida por Nero por volta de 64 d.C. ( Longman, 1981). Grudem (1995, p. 36) diz que “A posição tão positiva de Pedro em 2:13-17 não combina com a terrível perseguição que Nero estabeleceu e levou a sua morte”. Assim entende-se que ela deve ter sido escrita antes de 64 ad.
Uma argumentação de Grudem (1995, p. 36) “é que Pedro deve ter escrito a carta depois de Paulo deixar Roma, pois se não teria mencionado alguma saudação de Paulo, mas só fez de Silvano e Marcos, assim deixa a data para a carta entre 62 e 64”. Outra evidência que ajuda a compreender a datação deste livro vem de Eusébio, que diz que Pedro só foi a Roma no fim de sua vida, o que é sustentado pelo fato de Paulo dizer em Filipenses 2:20-21 (datando esta carta de 60-62) que ele não tinha ninguém junto de si que tivesse interesse em seu bem estar, à exceção de Timóteo. Levando também em conta que II Pedro foi escrita também por Pedro antes da perseguição de Nero em 64, a data de 62-63 parece a mais provável (GRUDEM, 1995). Diante destes fatos a maioria dos estudiosos concordam em datar esta epístola por volta de 62 e 63 d.C.

LOCAL DE COMPOSIÇÃO

A epístola traz informação direta quanto ao local onde ela foi escrita, mas o contexto da época de escrita nos direciona para uma compreensão não literal da informação oferecida. Em sua saudação final (I Pe 5:13), o apóstolo diz que  “aquela que  se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda”, o que indica que ele próprio estaria “em Babilônia”. Pedro dificilmente estaria se referindo à antiga cidade de Babilônia, na Mesopotâmia. Babilônia, no primeiro século, era uma cidade obscura e pequena, e não existem evidências Bíblicas de sua presença em tal cidade. Babilônia aparece em outros lugares do Novo Testamento como referência a Roma (Ap 16:19, 17:5, 18:2), o que pode sugerir que esta comparação era conhecida no contexto cristão do primeiro século. Eusébio, em 325, indica que Pedro, ao falar de Babilônia, na realidade estava se referindo a Roma. O de Babilônia somado à evidência histórica de que ele estava em Roma no fim de sua vida indicam que I Pedro foi escrita de Roma (Grudem, 34-35).
  
DESTINATÁRIOS

O livro de I Pedro oferece uma sequência conflitante de ideias a respeito de seu público alvo. Segundo Bauckham, ao endereçar a epístola aos estrangeiros da dispersão logo no primeiro verso, Pedro nos leva a entender que a mensagem é enviada para uma audiência que ele não conhecia pessoalmente. Talvez eles fossem judeus espalhados pelo mundo, o que é enfatizado em I Pedro 2:11. Em 1:17 a ideia da peregrinação é também reforçada.
Por outro lado, muitos opinam que I Pedro foi originalmente direcionada a uma audiência predominante gentílica, o que é evidenciado pelo autor ao lembrar seus leitores do impulso que uma vez os dirigiu em sua ignorância em 1:14, e da maneira vazia de vida que haviam recebido por herança de seus pais em 1:18, que no passado andavam em imoralidade e  idolatria, entre outras práticas (4:3-5). Estas palavras provavelmente não seriam dirigidas a Judeus, visto que o próprio autor diz que eles (os destinatários) não eram do povo de Deus, mas agora que agora faziam parte dele (1988, p. xlvi).
Segundo Grudem, (1995, p. 38) “O rápido crescimento do cristianismo depois do pentecostes pode significar que existiam tanto judeus cristãos, quanto gentios cristãos entre esta comunidade.” Já Bauckham (1988, p. xlvi) considera que “A melhor explicação dos dados é que I Pedro foi escrito primariamente para gentios cristãos na Ásia menor, mas que o autor, por suas próprias razões, optou por tratá-los como se fossem judeus”.
Assim sendo, as evidências nos levam a entender que a Epístola foi escrita para o público de gentios cristãos que viviam no território da Ásia Menor.
                                                         
PROPÓSITO

No que tange ao propósito da Primeira Epístola de São Pedro, podemos partir do pressuposto de que o ponto temático básico de Pedro em seu escrito seja o sofrimento (LADD, 2009). De fato, “a curta epístola usa o verbo sofrer aproximadamente doze vezes, mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento” (MARSHALL, 2009, p. 551). Tendo isto em vista, pode-se afirmar que o propósito de Pedro seja “encorajar e ensinar os leitores em geral” (MARSHALL, 2007, p. 552).
Para a adequada compreensão do papel do tema do sofrimento no propósito da Epístola, é preciso observar o contexto histórico de sua produção; pois como afirma Marshall (2007), a perseguição promovida contra os Cristãos da Ásia Menor ainda não era oficial (promovida pelo Império) na época da composição desta Carta, antes, partia dos concidadãos dos perseguidos. Corroborando com este ponto de vista, Ladd afirma o seguinte: “a carta foi escrita, em grande parte, para encorajar os cristãos diante da perseguição nas mãos da população pagã (4:12; [...] 5:9), com a possibilidade de enfrentarem uma perseguição oficial, por serem cristãos (4:15 e ss.)” (LADD, 2009, p. 790).
Assim sendo, observamos que a recorrência do tema do sofrimento possivelmente se dá em função da perseguição que os destinatários da Epístola enfrentavam naquele momento. Não podemos, entretanto, ignorar que o sofrimento não é o único ponto abordado em I Pedro. Para Marshall, “o tema principal [...] é o modo como os crentes cristãos devem viver no mundo” (MARSHALL, 2007, p. 552). Uma possível definição do propósito da Epístola, tendo em vista esta perspectiva, é a formulação de orientações para a manutenção do estilo de vida Cristão naquele contexto.
Uma abordagem adicional existente sobre o propósito da Epístola é apresentado por Grudem:

Visto que muitas das exortações em I Pedro se referem à fé e à obediência, pode-se sugerir que o propósito de I Pedro seja encorajar os leitores a crescerem na confiança em Deus e sua obediência a Ele através de suas vidas, especialmente quando eles sofrem. Pedro cumpre seu propósito ao apontar para o que Deus fez por eles em Cristo, e então aplicando isso para a vida dos leitores. (GRUDEM, 1995, p. 39, tradução nossa).

Podemos ainda ampliar nossa compreensão quanto ao propósito de Pedro em sua Carta ao tomarmos as considerações de Guthrie, que traz uma abordagem diferenciada:

O ponto-chave da carta é a esperança, e Pedro deseja exortar estes cristãos [do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia] a viver de acordo com a esperança que eles receberam através de Cristo. Ele fornece um guia prático para ajudá-los em suas relações humanas, e os exorta particularmente a enfrentar os sofrimentos de maneira alegre pelo amor de Cristo. (GUTHRIE, 1990, p. 781, tradução nossa).

Ademais, Guthrie (1990), acompanhado por Ironside (1978), propõe que I Pedro 5:12 é uma declaração de propósito feita pelo próprio autor: testificar da graça de Deus, que é onde os Cristãos se firmam.
Tendo em vista estas ideias, é possível sugerir que o propósito da Primeira Epístola de Pedro seja a exortação à obediência e ao viver santo, seja qual for a circunstância, pois as ações dos crentes- especialmente em meio às aflições- são um testemunho  da graça de Deus.

CONTEÚDO

Concernente ao conteúdo da Epístola, observamos que há uma mescla de ensino e exortação ao bom viver Cristão. Temos, na Carta, o “exemplo de uma teologia cristã relativamente primitiva” (LADD, 2009, p. 790), e este conteúdo teológico presente na Epístola tem lugar justamente devido ao caráter prático da Carta, seu conteúdo aplicável àquele contexto, pois como defende Ladd (LADD, 2009), o viver cristão é pautado pela base da crença Cristã- que é a Verdade Bíblica.
Talvez uma boa forma de estudarmos o conteúdo da Primeira Carta de Pedro seja a análise da estrutura temática da Epístola. Da perspectiva estrutural da Epístola, iniciando com aquilo que Brown chama de “Divisão formal” (BROWN, 1997, p. 706, tradução nossa), encontramos que o conteúdo geral da Epístola é: “A. Fórmula de abertura: 1:1-2; B. Corpo: 1:3 – 5:11 (1:3 – 2:10: Afirmação da identidade e dignidade Cristã; 2:11 – 3:12: Comportamento apropriado para levar um bom testemunho em um mundo pagão; 3:13 - 5:11: Comportamento Cristão face à hostilidade); C. Fórmula de Conclusão: 5:12-14.” (BROWN, 1997, p. 706, tradução nossa).
Ironside apresenta uma organização temática especial com base no tema do sofrimento ao longo de toda a Epístola:

Sofrimento como um julgamento da fé (1:6,7); Cristo previu os sofrimentos (1:11); Sofrendo pelo bem da consciência (2:19); O sofrimento de Cristo, nosso exemplo (2:21-23); Sofrendo por amor da Justiça (3:14); Cristo sofreu por nossos pecados (3:18); Sofrimento para parar de pecar (4:1); Participantes dos sofrimentos de Cristo (4:13); Sofrendo como um Cristão (4:16) e Sofrendo por um tempo limitado (5:10). (IRONSIDE, 1978, p. 11-12, tradução nossa).

Outro autor que apresenta ideias distintas com respeito à organização do conteúdo da epístola é Ladd. Para ele, a sequência é temática: “O Dualismo temporal; A ressurreição de Cristo; O contraste entre o mundo maligno e o Céu; Deus; O sofrimento humano; Cristologia; Expiação; A Igreja; A descida ao Hades; A vida cristã.” (LADD, 2009, p. 790-798). Note-se que a sequência proposta por Ladd foca não somente o aspecto estrutural da Epístola, mas apresenta seções de cunho prático e teológico em espaços distintos.
Talvez a mais concisa explanação temático-estrutural sobre a Primeira Carta de Pedro seja a aplicada por Carson et al.:

Depois da saudação de abertura (1:1-2) a carta louva a Deus pela esperança e salvação dadas por Ele em Cristo (1:3-12). Isto forma a base para uma exortação à obediência e ao viver santo (1:13-16) e um lembrete da obra redentora de Cristo (1:17-21), com uma lembrança adicional da importância de viver de uma maneira santa e amorosa (1:22-2:2). Cristo é então apresentado como aquele em quem as profecias fundamentais do Antigo Testamento são plenamente cumpridas (2:4-8), e a Igreja é descrita nos termos usados para o povo e Deus no Antigo Testamento (2:912). Os Cristãos devem viver na devida submissão às autoridades (2:13-17). Há exortações separadas para escravos, esposas e maridos (2:18-3:7). A comunidade Cristã é geralmente chamada a viver em harmonia e amor (3:8-12) e a tomar o exemplo de Cristo como que apontando o caminho do sofrimento, se preciso for, mesmo que lês não tenham feito nada de errado (3:13-22). Os crentes abandonaram seus caminhos pecaminosos de vida (4:1-6); e agora cevem viver de forma que traga louvor a Deus (4:7-11). Os leitores estão passando por um doloroso juízo, mas devem enfrentar seus sofrimentos da maneira certa (4:12-19). Então vem as exortações aos anciãos (5:1-4), aos jovens (5:5-6) e para todos (5:8-9), o que leva a uma doxologia (5:10-11) e um final epistolar comum (5:12-14). (Carson et al., 1997, p. 421, tradução nossa).

O conhecimento do conteúdo e organização da Primeira Epístola de São Pedro se mostra fundamental para a formação da base de interpretação aplicada à Carta. O conteúdo, conforme visto, se desenvolve através da base da fé (Cristo e Sua obra) e do viver Cristão (suportar o sofrimento para glorificar a Deus).

 VARIANTES TEXTUAIS

Paul Achtemeier (1996, p. 74) esclarece que a primeira carta de Pedro está contida completa em apenas um papiro, dez manuscritos unciais e algumas centenas de manuscritos minúsculos. Essas testemunhas textuais certamente não são as mais vigorosas, contudo a carta ainda conta com o suporte de mais dois papiros e cinco unciais que proporcionam para parte do texto alguma referência a mais.
A estrela-mor dessa tímida constelação de manuscritos é o P72 (Bodmer VIII) que é o único papiro que contém por completo o texto da epístola em estudo e que deu um novo impulso ao estudo textual de I Pedro (ACHTMEIER, 1996, p. 74). Ele foi escrito entre o terceiro e quarto século é o mais antigo e completo texto da carta, copiado por quarto ou cinco escribas, tem no chamado “Escriba B”, um escriba um tanto desleixado, o copista das partes de interesse para esta pesquisa. (PAROSCHI, 2012, p. 47).
Quanto aos manuscritos unciais existe certa categoria superior, tendo em vista que a presença dos confiáveis códex Sinaítico, Códice Vaticanus e Códice Alexandrino terminam por quase estabelecer um “quem é quem” dos manuscritos unciais mais conhecidos e confiáveis que se tem ciência(ACHTMEIER, 1996, p. 74).
O Códice Vaticanus (B), por exemplo, foi escrito no Egito no início do século IV e é o manuscrito Uncial que, proporcionalmente, contém menos erros. Seu valor para a análise da autenticidade do texto é de inegável importância (PAROSCHI, 1999, p. 49).
Talvez de importância equivalente, o Códice Sinaítico (א), do começo do século IV, é o mais antigo manuscrito completo do novo testamento e um dos mais valiosos de todos os manuscritos conhecidos (PAROSCHI, 2012, p. 48), apesar de, como afirma Kurt Aland, ser menos confiável que o Códice Vaticanus (ALAND, 1989, p. 107).
 Quanto as variantes textuais do livro, Omanson (2010) cita 44 variantes relevantes para tradução, Metzenger (1994) cita 47, sendo que dessas o presente estudo avaliará apenas as de maior implicação para o significado final do texto, deixando de lado as variantes de inserções explicativas, de forma, ou que acabam por não alterar em nada o significado final.
A primeira variante se encontra em 1:22. Apesar do texto em questão possuir mais variantes apenas uma delas tem influência real no significado do texto. Na parte do texto que diz “Agora que vocês purificaram a sua vida pela obediência à verdade” (ARA) o texto da Vulgata alguns manuscritos da antiga latina trazem ao invés de “verdade” (grego  ἀληθείας) “caridade” (latim caritatis), dando assim um novo sentido ao texto (NESTLE et al., 1993, p. 1. Petrus 1,22).
Essa é uma variante que, apesar de alterar significativamente o significado do texto, apresenta pouco desafio ou relevância. Isso porque nenhum dos manuscritos gregos apresenta essa variante. Omanson (2010, p. 501) cita que essa talvez fosse uma tradução latina equivalente para ἀληθείας mas não chega a construir um argumento mais amplo em cima disso. O restante dos comentaristas nem sequer chega a comentar tal variante.
A segunda variante está no 2:21, ali onde se lê “pois que também Cristo sofreu em vosso lugar” (ὅτι καὶ Χριστὸς ἔπαθεν ὑπὲρ ὑμῶν),  em alguns manuscritos importantes ( entre eles o códex Sinaítico, o  e o p81) trocam a palavra “sofreu” (ἔπαθεν) por “morreu” (απεθανεν) (NESTLE et al., 1993, p. 1. Petrus 2,21).
Apesar da importância do Códice Sinaítico e do P81, o conjunto do Códice Vaticano, Códice Alexandrino, códice Efraimita e P72, que possuem ἔπαθεν, não pode ser facilmente ignorado(NESTLE et al., 1993, p. 1. Petrus 2,21). Metzger (1994, p. S. 619), por exemplo, acredita que, provavelmente, “sofreu” foi substituído por “morreu” devido a uma outra variante em 3:18, posição essa que Omanson (2010, p. 503) também apresenta, acrescentando que o tema da carta corrobora para que a variante “sofreu” seja aceita como a correta.
Michaels (2002, p. 134), apesar de concordar com as conclusões finais dos autores já citados, acredita que a mudança foi feita para se ter conformidade com a fórmula usual do novo testamento “merreu por”.
Por fim, a terceira, e última, variante analisada é justamente a que, como já mencionado antes, Metzger e Omanson acreditam ter influenciado a variante anterior. Trata-se da variante de 3:18 onde se lê na Almeida revista e atualizada “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados”  se tem ao invés de morreu (ἀπέθανεν), sofreu (ἔπαθεν).
Esse certamente é um texto desafiante, tendo em vista que os manuscritos apresentam tantas leituras que chega a ser confuso (OMANSON, 2010, p. 506). Mesmo as leituras mais longas, que geralmente são as mais improváveis, tem um impressionante apoio de manuscritos(MICHAELS, 2002, p. 195).
Apesar disso, tanto Metzger (1994, p. 622), como Michaels (2002, p. 195) e Omanson (2010, p. 506) concordam que a variante final, ao contrário do que traz a Almeida Revista e Atualizada, é περὶ ἁμαρτιῶν ἔπαθεν (sofreu pelos pecados).
Além da base razoável do Códice Vaticano (que não seria o bastante para se afirmar com certeza que essa é o texto original, já que o Códice Sinaítico, o códice Alexandrino, o P72 e outros mais trazem leituras diferentes), Metzger (METZGER, 1994, p. s. 622) apresenta que ἔπαθεν é um verbo que o autor usa com uma alta frequência na carta e que é mais provável que algum copista tenha trocado morreu por sofreu, sendo que o inverso é mais improvável.
Sendo assim, conclui-se que a epístola de I Pedro possui um arcabouço de evidências textuais moderado que ajuda na busca pelo texto mais próximo do original, contudo, como atesta Achtemeier (1996, p. s. 75), mesmo a descoberta do P72 não pôs fim ao debate sobre as tradições textuais e o texto original de I Pedro.

SITUAÇÃO CANÔNICA DE I PEDRO

Antes de compreender a situação canônica de 1 Pedro, é preciso saber o que é o Canon e como ele se desenvolveu no Novo Testamento. Esta palavra Canon tem seu significado original relacionado a um padrão, uma régua, uma linha de equilíbrio, ou seja, o Canon seria a norma de escrituras consideradas normativas e inspiradas pelo Espírito para a igreja cristã (WESTCOTT, 1855).
Seu desenvolvimento aparece na história como uma exigência de uma autoridade, em outras palavras, na época que foram escritos os 27 escritos do Novo Testamento, eles não eram ainda escrituras sagradas, existia apenas o antigo testamento  (MOULE, 1979). Por esta ausência de padrão das novas escrituras fez com que existissem muitos evangelhos falsos. Por razão de seu número sempre aumentar, a igreja se viu em necessidade de se atribuir uma norma autoritativa fixa (CULMANN, 1970).
O processo de formação do Canon levou em conta que a tradição apostólica seria a norma superior para o valor canônico. Somente escritos tendo seus autores como apóstolos ou relacionados com os apóstolos são considerados como o mais puro testemunho cristão (CULMANN, 1970).
É interessante notar que neste processo de formulação do Canon baseado na necessidade, o padrão das escrituras não era feito por adição de livros, mas por eliminação dos falsos. Em outras palavras: Os livros do NT não se fizeram possuídos de autoridade para a igreja pelo fato de virem a ser formalmente incluídos em uma lista canônica; pelo contrário, a Igreja os incluiu no Cânon porque já os havia como divinamente inspirados, reconhecendo-lhes o valor inato e a autoridade apostólica, direta ou indireta (BRUCE, 1965). A ação dos concílios de modo algum representa a imposição de algo novo às existentes comunidades cristãs, pelo contrário, foi apenas a simples codificação do que já era prática geral, corrente nessas comunidades (BRUCE, 1965).
 Por volta do ano 200, o Cânon do Novo Testamento se aproximava muito do nosso, mas, as discussões com relação ao Canon somente foram concluídas, no Ocidente pelo fim do século IV, sendo marcadas pelos seguintes eventos o Sínodo de Roma em 382, Concílio Africano de Hipo em 393 e de Cartago em 397 (CULMANN, 1970). No oriente mais distante o processo demorou-se um pouco mais; foi somente por volta do ano 508 que II Pedro, II e III João, Judas e o Apocalipse vieram a ser incluídos em uma versão da Bíblia Siríaca em adição aos outros vinte e dois livros formando o Canon de 27 livros conhecido de hoje  (BRUCE, 1965).
Seguindo então este pensamento de que o Canon não impôs a si mesmo e que sua ideia surgiu por volta dos anos 140 – 150 da era cristã, como é possível saber da situação canônica de I Pedro? Para responder esta pergunta, é preciso analisar se existem referências de que esta carta de Pedro era aceita e conhecida pela igreja na época para que tivesse sido incluído no Canon como o conhecemos hoje (CULMANN, 1970). Para tanto, serão usadas evidências históricas de referências de pais da igreja.
A lista a seguir apresenta algumas evidências históricas em relação a carta de 1 Pedro: Clemente de Roma 187, Policarpo 48, Papias 77, Carta para Diognetus 92, Hermas 201, Melito 221, Peshito 244, Teófilo 229, Basilides 296, Marcosians 310, Teódutos 312, Carta da Igreja de Vienne 339, Tertuliano 263, Clemente Alex 347, Irineu 347, Orígenes 359  ( WESTCOTT, 1855) .
Estas evidências de ordem diversas encontram-se nas alusões feitas em outras obras da antiguidade aos livros do Novo Testamento e nas citações desses documentos em autores antigos. Os chamados pais apostólicos, autores que escreveram geralmente entre 90 e 160 a.d., dão mostras inconfundíveis de familiaridade com a maioria dos livros do Novo Testamento. Em três dessas obras, escritas nas proximidades do ano 100 a.d, a Epístola de Barnabé, originária talvez de Alexandria; o Didaquê ou Ensino dos Doze Apóstolos, oriundo da Síria ou da Palestina; e a carta escrita à igreja de Corinto pelo bispo Clemente de Roma, por volta do ano 96 a.d. É possível achar citações indubitáveis da tradição comum dos evangelhos Sinóticos, de Atos, Romanos, I Coríntios, Efésios, Tito, Hebreus e I Pedro, e possíveis citações de outros livros do novo Testamento (BRUCE, 1965).
Nas cartas de Inácio, bispo de Antioquia, que escreveu durante a jornada para o martírio em Roma em 115 a.d., há citações razoavelmente identificáveis de Mateus, João, Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, I e II Timóteo, Tito, e possivelmente alusões a Marcos, Lucas, Atos, Colossenses, II Tessalonicenses, Filemon, Hebreus e I Pedro (BRUCE, 1965).
Policarpo, contemporâneo de Inácio, mais jovem, porém, na carta que dirige aos Filipenses, cerca do ano 120, faz citações da tradição comum dos Sinóticos, de Atos, Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Hebreus, I Pedro e I João (BRUCE, 1965).
Orígenes menciona I Pedro como aceito por todos. Eusébio menciona como geralmente reconhecidos todos os livros do NT excetuados Tiago, Judas, II Pedro, II e III João, contestados por alguns, reconhecidos, entretanto pela maioria (BRUCE, 1965).
 Atanásio , em 367, prescreve os vinte e sete livros que nos constituem o Novo Testamento como sendo os únicos a serem havidos como canônicos, o que inclui 1 Pedro (BRUCE, 1965).
Estes escritores nos acumulam evidências da familiaridade destes autores com os escritos neo-testamentários e do reconhecimento da autoridade destes documentos, incluindo a autoridade canônica de 1 Pedro (BRUCE, 1965).

CONTRIBUIÇÃO TEOLÓGICA DE I PEDRO

A primeira Epístola de Pedro foi escrita para os cristãos que viviam em cinco províncias romanas que ficavam numa região que hoje faz parte da Turquia. Os destinatários  estavam enfrentando sofrimentos e perseguições por causa da sua fé. Pedro procura animá-los a continuarem firmes na sua dedicação a Jesus Cristo, mostrando que os sofrimentos servem para provar que a fé que eles têm é verdadeira (HENRY, 1939).
Esta carta concede um curto e claro resumo, tanto de consolação como de instruções necessárias para o encorajamento e direção na jornada Cristã para o céu, elevando os pensamentos e desejos dos leitores para aquela felicidade futura, fortalecendo-os contra todas as oposições no caminho, seja da corrupção interior, ou tentações e aflições exteriores que possam enfrentar (HENRY, 1939).
Embora a epístola de Pedro tenha sido escrita para ir ao encontro das necessidades práticas, para fortalecer os cristãos no sofrimento, e não para dar instruções doutrinárias, foi corretamente chamada de epístola doutrinária, porque a vida cristã está baseada na verdade cristã (LADD, 2003).
O tema dominante da epístola é o encorajamento para que os leitores vivam firme e positivamente como crentes cristãos no mundo, apesar dos sofrimentos e da oposição que encontrem. Pedro anima-os pondo ênfase na esperança futura, que lhes está garantida, no modo como Cristo os resgatou e na experiência que os crentes têm da graça e da força de Deus aqui e agora, como também pelo estímulo à vida comunitária na condição de povo de Deus. Sua teologia serve, portanto, para motivar a vida cristã.
Ele busca constantemente encorajar os leitores e oferecer instruções práticas. A densidade da teologia dessa epístola é notável: é uma rica fonte para se entender a natureza da vida cristã em um mundo hostil. Comparada com Tiago, é mais  uma epístola de encorajamento do que de instrução prática.
Para Pedro, em face da glória futura, é imperativo que os crentes tenham uma conduta santa no presente. Defendendo que eles, os cristãos, foram libertados pelo sangue de Jesus da servidão do pecado, redenção essa que evidencia que Ele sacrificou a Sua vida em favor dos pecadores. Também é imperativo que os crentes se amem mutuamente, com base no fato que todos eles nasceram na família de Deus através de Sua palavra, a fim de crescerem como infantes recém-nascidos e serem edificados qual templo, tendo a Cristo como pedra angular ou pedra de arremate (GUNDRY, 1998).
É interessante notar porém, que a epístola possui a característica de não se envolver em polêmica com os leitores ou com os grupos que entre eles estivessem difundindo falsas doutrinas e ideias sobre o comportamento cristão, bem como estímulo para aqueles cujas esperanças são fracas. A estrutura do pensamento na Epístola parece ser claramente a de outras epístolas neotestamentárias.
O principal tema teológico dela é a natureza da vida cristã em tempos de provação: os crentes, chamados para uma esperança viva, devem viver vidas santas no temor de Deus e no amor mútuo, respeitando a sociedade em que estão colocados, mas evitando suas tentações e mantendo-se firmes em face à perseguição.
A primeira epístola de Pedro é muito mais leal para com a mensagem de salvação. Como Thiago, contém um bom número de injunções éticas. Mas elas estão aclimatadas e ancoradas na promessa da graça de Deus que os fiéis já receberam e que os espera para o futuro. Assim, como nas partes éticas das cartas paulinas, o indicativo vem antes do imperativo, e o novo ser dos cristãos é a base de todas as exortações sobre o amor cristão dentro da comunidade e para fora na direção do mundo (BORNKAMM, 1981).
Concluindo então, sua teologia possui quatro premissas principais: ela se expressa numa forte dependência do Antigo Testamento e na consciência de que os crentes agora é que formam o povo de Deus, sua ênfase sobre o aspecto da esperança que há na fé, a compreensão de Jesus segundo as imagens da pedra angular e do servo, o reconhecimento da perseguição como uma nova oportunidade para o testemunho e da atitude positiva de se viver de forma cristã no mundo apesar de sua pecaminosidade e oposição (MARSHALL, 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, portanto, que autoria da Primeira Epístola de Pedro pode ser atribuída ao Apóstolo homônimo. Segundo a maioria das referências bibliográficas obtém-se a da provável data de composição entre os anos 62 e 63 da Era Comum. Escrita a partir de Roma e destinada a Gentios Cristãos, a Epístola tem por propósito exortar à santidade e ensinar os caminhos da fé Cristã.
Formada por informações teológicas e práticas, I Pedro apresenta hoje um limitado acervo de manuscritos, com consideráveis variantes textuais, porém que fornece boas possibilidades de pesquisa para a formação de um texto crítico mais confiável e próximo do original.
A Epístola teve boa aceitação no meio Cristão dos primeiros séculos, este é um fato bem documentado, e assim sendo, gozou de status canônico desde há muitos séculos.
A contribuição teológica se baseia na autoridade e figuras do Antigo Testamento, o que fornece a base para a ampliação e aplicação dos temas da vida de Cristo no testemunho dos Cristãos.
O estudo da Primeira Epístola de Pedro é rico e certamente pode ser ampliado, especialmente no que tange à aplicação daqueles princípios à vida Cristã contemporânea. Estudos futuros poderão aprofundar tais questões, mas por hora o propósito desta breve introdução é cumprido.

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2 comentários:

  1. Olá, Alberto!
    Obrigado por sua contribuição para aqueles que buscam compreender e crescer nas Escrituras. Acredito que é um material valioso, bem escrito, bem fundamentado e de grande valia para o Reino.
    Cheguei ao blog com a intenção de entender um pouco sobre o contexto da Epístola de Pedro e então, voltar à minha leitura da Bíblia. E fui conduzido a leitura completa.
    Ainda engatinho no Evangelho, mas creio que é preciso estudar todo o contexto que envolve uma informação- a Bíblia, no caso - para que possamos extrair às verdades e aplicações do autor - que o Senhor nos deixou, no caso- e não, simplesmente, interpretarmos segundo nós mesmos, pinçando, deduzindo e conjecturando.
    Que Deus possa lhe capacitar cada vez mais, e lhe abençoe grandemente.
    Um fraterno abraço.
    Guilherme - Rio de Janeiro.

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    1. Que legal saber que lhe foi útil as informações aqui publicadas! Um estudo mais aprofundado vale a pena! Que Deus lhe abençoe!! Um abraço!

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