“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR: ainda que os vossos
pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que
sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes, e me
ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes,
sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse”. Isaías 1:18 a 20
1. Autoria
O primeiro versículo deste livro coloca Isaías, o
filho de Amoz, como o seu autor. O nome “Isaias” significa “O SENHOR é
salvação”. A visão e a profecia são reivindicadas quaro vezes por Isaías; seu
nome é mencionado mais doze vezes no livro. Seu nome também aparece doze vezes
em 2 Reis e quatro vezes em 2 Crônicas.
O Livro de Isaías é citado diretamente no Novo Testamento
vinte e uma vezes sendo atribuído em cada caso ao profeta Isaías. Argumentos
diversos favorecem a autoria única: 1) palavras– chave e frases-chave estão
igualmente distribuídas através de todo o livro; 2) referências à paisagem e as
cores locais são uniformes. A beleza de estilo superior na poesia hebraica nos
últimos capítulos de Is pode ser explicada pela mudança de assunto, de
julgamento e súplica para consolo e segurança.
Ben Siraque, em "Eclesiástico” 49:17-25,
escrito aproximadamente 185 a.C., disse, "Isaías, filho de Amoz",
escreveu o livro (1.1; 12.1; 13.1). II Crônicas 32.32 atestam à visão de Isaías
e o paralelo em Reis (II Rs 18.19-20.19).
2. Destinatário(s)
Este
texto revela a visão que o profeta Isaías teve, revelando o descontentamento da
parte de Deus com relação a seu povo. Deus queria que seu povo entendesse o que
realmente era ser Israel. Exortou fortemente para que lembrassem a quem eles
pertenciam, e anunciar que seus pecados e seu sistema de religião estritamente
ritualístico eram abomináveis para Ele, chegando a chamar a nação de hipócrita.
Com isso Deus queria enfatizar a verdadeira religião.
3. Gênero
As habilidades literárias de Isaías superam todos os
profetas. Seus jogos de palavra e poesia são majestosos e intrigantes. O livro
é principalmente poesia. É difícil sentar e ler tudo de Isaías de uma vez. É
difícil esboçar o livro. Isto é porque Isaías era um pregador, não um autor ou
editor. Seu livro registra suas mensagens faladas.
Porém, na perícope, encontramos um gênero literário de caráter
profético, cuja sentença profética trata-se de um oráculo de juízo.
Inicialmente, definimos como oráculo, uma declaração feita em nome de Deus, que
o profeta recebeu a missão de anunciar, destinado tanto a indivíduo(s) quanto à
coletividade. Esta perícope está inserida num conjunto de profecias dos
capítulos de 1-12, destinadas a Judá e Jerusalém. Dentro da literatura
profética, este gênero literário é classificado como um “dito”, que é a
categoria mais ampla na tradição dos assim chamados profetas literários. Portanto,
neste caso, um “dito profético”.
4. Ambiente histórico
Isaías
profetizou nos dias de "Uzias, Jotao, Acaz e Ezequias, reis de Judá"
(Is 1:1). A nação tinha se dividido depois da morte de Salomão (1 Rs 12), porem
o sacerdócio e o trono de Davi ficaram com Judá. As dez tribos do Norte
formaram o reino de Israel (Efraim), tendo Samaria como capital, ao passo que
Benjamim e Judá uniram-se para formar o reino de Judá, tendo como capital a cidade
de Jerusalém. Apesar de Isaias ter predito a queda de Israel para a Assíria (Is
28), o que ocorreu em 722 a.C., seu principal enfoque foi sobre Judá e Jerusalém
(Is 1:1 ). Uzias também e chamado de Azarias. Aos dezesseis anos, tornou-se
co-regente com seu pai, Amazias, e reinou por cinquenta e dois anos (792-740
a.C.). Quando seu pai foi assassinado em 767 a.C., Uzias tornou- se o único
soberano e conduziu a nação a seus melhores dias desde Davi e Salomão (2 Rs
14:17-22; 15:1-7; 2 Cr 26:1- 15).
Foi no ano da morte de Uzias que Isaias foi chamado para
o ministério (Is 6:1). Jotão tornou-se co-regente depois que seu
pai foi acometido de lepra e mostrou ser um bom rei (2 Rs 15:32-38; 2 Cr 27).
Governou por dezesseis anos, e foi durante esse tempo que o império assírio
começou a surgir como uma nova e ameaçadora potencia. Durante os últimos doze
anos do reinado de Jotao, seu filho, Acaz, foi co-regente, mas Acaz nao foi um
dos bons reis de Judá.
Acaz
fez alianças políticas que acabaram amarrando Judá a Assíria (2 Rs 16; 2 Cr
28). O reino de Judá sofria ameaças
constantes do Egito, ao sul, e da Síria e Israel, ao norte, e Acaz dependia de
uma aliança com a Assíria para se defender. Isaias advertiu Acaz que suas alianças
com os gentios pagãos nao iriam funcionar e encorajou o rei a confiar somente
no Senhor (Is 7). Ezequias reinou vinte e nove anos e foi um dos grandes reis
de Judá (2 Rs 18 - 20; 2 Cr 29 - 32). Não apenas fortaleceu a cidade de Jerusalém
e a nação de Judá, como também liderou seu povo de volta a Deus. Construiu o
famoso sistema de fornecimento de água que existe ate hoje em Jerusalém. O ministério
de Isaias estendeu-se por um período de cinquenta anos, de 739 a.C. (ano da
morte de Uzias) ate 686 a.C. (ano da morte de Ezequias), e provavelmente se estendeu
também aos primeiros anos do reinado de Manasses. Foi uma época difícil, de conturbações
internacionais, em que potencias sucessivas ameaçaram a nação de Juda. Porem,
os maiores perigos para a nação não eram externos, mas sim internos. Apesar da liderança
piedosa do rei Ezequias, Juda não teve outros reis tementes a Deus. Um por um,
todos os sucessores de Ezequias conduziram a nação a uma decadência política e
espiritual, culminando com o cativeiro na Babilônia.
5. Mensagem
Podemos resumir a mensagem teológica do livro da
seguinte maneira. O Senhor cumprira o seu ideal para Israel purificando o povo
por meio de julgamento e restabelecendo-o a uma relação renovada ligada ao
concerto. Estabelecera Jerusalém como capital do reino mundial e reconciliara
as nações outrora hostis a Ele.
Como muitos dos outros profetas pré-exílicos, Isaías
veio como mensageiro especialmente comissionado do Senhor do concerto de Israel
para acusar o povo rebelde, chama-lo ao arrependimento e avisa-lo do julgamento
iminente.
A
primeira unidade literária do livro (1.2-20) toma a forma de ação judicial do
concerto, na qual o Senhor acusa o povo de rebelião e faz um ultimato. O Senhor
e chamado “o Santo de Israel” (v. 4), titulo referente à sua autoridade
soberana sobre Israel e serve de lembrança das suas exigências éticas e morais.
Comparando o povo pecador aos antigos habitantes de
Sodoma e Gomorra (v. 10), o Senhor denuncia os rituais vazios e os adverte que
o verdadeiro arrependimento, na forma de justiça social e econômica, pode salvá-los
da ruína total. A persistência no pecado trará a morte pela espada; o
arrependimento trará a prosperidade renovada (v. 19,20). O jogo de palavras e
usado para realçar as alternativas que o Senhor colocou diante do povo: Ou
“comereis [ ’akal] o
bem desta terra”, ou “sereis devorados [’akal
novamente]
a espada”. As violações do povo de Deus relacionadas ao concerto classificam-se
em varias categorias, entre elas a injustiça social, a idolatria, as alianças
estrangeiras, a confiança em armamentos e fortificações humanas e a rejeição do
mensageiro e da palavra do Senhor.
O relato de Isaías divide-se em duas seções: do
capítulo 1 ao 39 e do 40 ao 66. A primeira seção adverte os judeus da invasão
iminente dos assírios a Judá, e a segunda encoraja os cativos a retornarem do
cativeiro na Babilônia. O tema principal da primeira seção é a disciplina de
Deus a Judá por seus pecados, enquanto o da segunda é o conforto de Deus para os
cativos após o sofrimento deles. Isaías viveu os eventos dos primeiros 39
capítulos, mas profetizou os eventos da última seção do livro. Na primeira
seção, a Assíria era o principal inimigo, na última era a Babilônia.
A
perícope em si, descreve uma cena em um tribunal. Deus convocou o tribunal e
declarou as acusações. Apresentou seu caso e declarou a nação culpada, mas
ofereceu aos acusados a oportunidade de se arrependerem e de serem perdoados.
De que maneira Deus descreveu seu povo pecador? Eram filhos rebeldes, menos
dedicados ao Senhor do que animais a seus donos.
A
palavra traduzida por "arrazoemos", no versículo 18, significa
"decidir um caso no tribunal", mas em vez de anunciar um julgamento,
o Juiz ofereceu perdão. Se eles se purificassem arrependendo- se e deixando o
pecado (v. 16,17; ver 2 Co 7:1), então Deus "limparia a ficha" do
povo em resposta a sua fé (Is 1:18).
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Referências Bibliográficas
PFEIFFER.
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Bíblico Moody. Sâo Paulo: Editora Batista Regular, 2010.
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WIERSBE, Warren. Comentário Bíblico Antigo Testamento. Santo André: Editora Geográfica, 2008.
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Susana E. Klassen. Santo André, SP : Geográfica editora, 2006.
ZUCK, Roy B. Teologia
do Antigo Testamento – Isaías 1ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Meu nome e Rosângela Gomes gosto de estudar a palavra de Deus gostei muito do estudo
ResponderExcluirOlá! Seja bem-vinda!! Que bom saber que lhe foi útil! Deus lhe abençoe! Abraço!
ExcluirOla me chamo Marilvia,gostei muito do estudo,parabéns que Deus abençoe e que você venha fazer mais estudos desses,muito edificante para nossas vidas...
ResponderExcluirAgradeço o comentário! Seja muito bem vinda!! Deus te abençoe! Abraço!
ExcluirObrigada por este conteúdo maravilhoso.
ResponderExcluirHeloisa calixto.
ResponderExcluirJ B Gostei muito do comentário.
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