quarta-feira, 4 de junho de 2014

O novo ateu

Nota importante: Texto adaptado com base no artigo de Ricardo Barbosa de Souza, Pastor na Igreja Presbiteriana do Planalto (DF), Revista Eclésia.




"Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca, pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabe que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu". Apocalipse 3:15 a 17


O ateu moderno não é mais somente aquele que não crê, mas aquele para quem Deus não é relevante.

Saem de cena os grandes heróis e mártires da fé do passado e entram os apáticos e acomodados cristãos modernos. Os cristãos modernos creem como os outros creram, mas não se entregam como os antigos se entregaram. 

Aqueles cristãos que entregaram suas vidas à causa do Evangelho, que deixaram-se consumir de paixão e zelo pela Igreja de Cristo, que viveram com integridade e honraram o chamado e a vocação que receberam do Senhor, que sofreram e morreram por causa de sua fé, convicções e amor a Cristo, fazem parte de uma lembrança remota que às vezes chega a nos inspirar.

A preocupação com a moral e a ética, com o bom testemunho, com a vida santa e reta aos olhos de Deus não nos perturba mais - somos modernos, aprendemos a respeitar o espaço dos outros. O cuidado com os irmãos, o zelo para que andem nos caminhos do Senhor, as exortações, repreensões e correções não fazem parte do elenco de nossas preocupações. Afinal, cada um é grande e sabe o que faz.

Citamos com convicção nossas crenças, mas o que cremos não tem nenhuma relevância com a forma como vivemos. A pessoa de Cristo para muitos é apenas mais uma grife religiosa, não uma pessoa que nos chama para segui-lo. A sociedade moderna vem criando os métodos e as técnicas que reduzem nossa necessidade de Deus, a dependência dele e a relevância da comunhão com ele. 

Chamamos uma boa música de adoração, um convívio agradável de comunhão, uma moral sadia de santificação, assiduidade nos programas da igreja de compromisso com o Reino de Deus.

Tornamo-nos mais dependentes de nós do que de Deus, acreditamos mais na eficiência do que na graça, buscamos mais a competência do que a unção, cremos mais na propaganda do que no poder do Evangelho. O pensamento é: Com ou sem oração a igreja vai crescer, vai funcionar. Deus tornou-se irrelevante. Tornamo-nos "ateus crentes".

Como disse, o ateu hoje não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina, não precisa da comunhão dele para a vida. A sutileza do novo ateísmo é que ele não precisa negar a fé, apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador.

O problema da igreja em Laodicéia é que Cristo está do lado de fora:

"Eis que estou a porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo". Apocalipse 3:20


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Salvo indicação contrária, todas as referências bíblicas neste texto são da: SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. A Bíblia Sagrada. Revista e Atualizada no Brasil. 2° ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

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