DEFINIÇÃO PARA O TERMO
O
termo Arqueologia vem do grego “Archaio”
e “Logos” que literalmente significa:
Estudo das coisas antigas. Já, a Arqueologia Bíblica tem um foco mais
específico, pois, estuda artefatos que se relacionam com o estudo das escrituras
e compreensão da vida nos tempos bíblicos.
RAZÕES PARA ESTUDAR ARQUEOLOGIA
A
bíblia, ou Palavra de Deus, entrou em nossa história participando ativamente
dela. Logo, seria interessante lembrar que as escrituras não nasceram num vácuo
histórico. Elas possuem um contexto cultural que as antecede e envolve.
Neste contexto encontramos: a época, costumes,
cultura e línguas. Como vencer este abismo: através da arqueologia. Sendo assim
a arqueologia bíblica complementa a busca de quem quer uma correta compreensão
bíblica.
COMO E QUANDO COMEÇOU O INTERESSE
PELA ARQUEOLOGIA BÍBLICA?
No
início, a arqueologia bíblica começou de maneira “piedosa”, sendo inaugurada
por Helena, mãe de Constantino. O termo piedosa se refere a falta de cientificidade, sendo que locais e objetos da história de Jesus eram apontados baseados no senso intuitivo de Helena. Se ela escolhesse um lugar como sendo, por exemplo, o túmulo de Jesus, então, aquele lugar era "sagrado", e um "achado" sem que necessariamente, houvesse qualquer pesquisa científica ou provas arqueológicas confiáveis.
Arte: Helena, Mãe de Constantino
Somente a partir do século XVIII a arqueologia começou a ter maiores rigores científicos.
A descoberta acidental da “pedra de roseta” em 1798 marcou o início desta
arqueologia bíblica mais científica.
Este achado marcou uma nova era na arqueologia bíblica. Muitas foram as contribuições
após a descoberta da pedra de roseta, são elas: as escavações das cidades de Babilônia, Nínive, Ur e
Jericó, inscrições cuneiformes que revelavam o nome de dois personagens do
livro de Daniel sendo Nabucodonosor e Belsazar. Todas estas evidência possuem
teor histórico, ou seja, evidências que validam o relato histórico.
IMPLICAÇÕES DO ESTUDO DA
ARQUEOLOGIA
A
arqueologia pode nos ajudar a contextualizar corretamente algumas passagens da
bíblia e para confirmar a historicidade do seu relato. Através de evidências,
que são achados arqueológicos, é possível entender melhor o contexto em que a
bíblia foi produzida. Também permite
confirmar as narrativas históricas que a bíblia apresenta para sabermos se elas
ocorreram ou não.
Deus
não deixou um livro de filosofia, mas, um livro de histórias que revelam a ação
de Deus em meio aos negócios da humanidade.
Se a história da bíblia for real, a teologia que se assenta nela também
será real. Se a história for fictícia ou mitológica, tudo que envolve esta
teologia cai por terra.
ARQUEOLOGIA PARA ENTENDER O CONTEXTO CULTURAL BÍBLICO
Algumas
histórias e acontecimentos da bíblia são melhores compreendidos se pudermos ver
o contexto cultural do povo ao redor da história. Veja exemplos:
- Raquel roubando os ídolos do lar:
Porque
Raquel rouba os “ídolos do lar” que pertenciam a Labão seu pai (Genêsis 31:34)?
Compreendemos isto sob a luz dos antigos códigos de leis sumerianos. Os “ídolos
do lar”, chamados de terafim, eram certificados de propriedade para ser dono de
uma terra. Logo, Raquel roubou a escritura da terra, para entregar a Jacó, como
tentativa de indenizá-lo pelo trabalho forçado de sete anos.
- O nome de Moisés:
O
nome de Moisés, que não tem origem hebraica, pode ser explicado pelo verbo
egípcio do nome ms-n que significa
“Nascer ou nascido de”. No Egito, os nomes dos nobres e faraós, eram formados
pela junção deste nome com um nome de uma divindade. Exemplo: Ahmose “Nascido
de Ah, deus da lua”, Ramose “Nascido de Rá, o deus sol”. É possível que Moisés
tivesse um deus acoplado ao seu nome, provavelmente o deus do Nilo, sendo seu
nome Hapimose.
- Jesus nega o jovem o direito de
sepultar seu pai?
Jesus
nega um jovem o direito de sepultar-lhe o pai. Este episódio encontra-se em
Lucas 9:59, o ponto é, pela arqueologia entendemos que a expressão “sepultar o
pai” significava que o pai estava sadio, e que ele só sairia de casa quando o
pai morresse.
- Deus petrificou o coração de
Faraó?
A bíblia descreve que Deus “petrificou” o
coração do faraó. Este é um limite de idioma. Entenda: quando dizemos “estou
morto de cansaço” não significa que você esteja se matando. A ideia do Faraó de
coração de pedra é entendida pela mentalidade da época. É preciso considerar
também que, nas múmias, os egípcios colocavam um escaravelho de pedra no lugar
do coração.
Este amuleto servia ao defunto um salvo-conduto no juízo final
perante Osíris. Um coração normal poderia denunciar os seus pecados, pois seria
pesado na balança da deusa Ma’at. Um coração de pedra poderia enganar os
deuses, mesmo levando uma vida de constantes pecados. Um coração duro era
portanto, a certeza de uma salvação forjada à custa do engano dos deuses. Daí,
entendemos a forma irônica e suave de dizer: “Deus endureceu o coração de
faraó”.
ARQUEOLOGIA COMO EVIDÊNCIA
HISTÓRICA DA BÍBLIA
Primeira
coisa que precisamos lembrar, é que, menos de 10% da bíblia possuí achados que
comprovem a veracidade histórica de um acontecimento. A maioria da histórias da
bíblia, só tem a bíblia como próprio testemunha.
A
história e arqueologia possuem limites como ciência para desvendar o passado,
não somente relacionado isto com a arqueologia bíblica, mas, com a pesquisa
histórica de um modo geral. A verdade investigada é sempre analisada a partir
de fragmentos apenas.
O que importa nestes fragmentos não é a sua quantidade,
mas sim, a sua qualidade.
Alguns
fragmentos de qualidade:
- Épico de Gilgamesh e Lista
Sumeriana dos Reis:
Épico de Gilgamesh
A lista faz uma das mais antigas menções ao gigantesco dilúvio que cobriu toda a terra, relaciona os rei que governaram antes da grande catástrofe e foi escrita muitos séculos antes de Moisés demonstrando a antiguidade da tradição acerca do dilúvio. Lembrando que a menção a um dilúvio seria algo desnecessário em uma lista de reis. O “Épico de Gilgamesh” testemunha de uma inundação provocada pela ira dos deuses na qual toda a humanidade fora destruída menos o próprio Gilgamesh na qual tivera sido avisado pelos deuses para construir um barco.
- Estela de Mesha:
Em II Reis 1 e 3:4 a 47 mostra a revolta de Moabe contra Israel, que, na Estela de Mesha, encontramos a declaração do porque de Moabe querer invadir Israel, exatamente como ensina a bíblia.
Estela de Mesha
Em II Reis 1 e 3:4 a 47 mostra a revolta de Moabe contra Israel, que, na Estela de Mesha, encontramos a declaração do porque de Moabe querer invadir Israel, exatamente como ensina a bíblia.
- Prisma Taylor:
Prisma Taylor
A campanha do Rei Assírio Senaqueribe contra Judá, conforme 2 Reis 18:13-16, está registrado no “Prisma Taylor”.
A
expulsão dos Judeus de Roma por Claudio, conforme citado em atos 18:2, está
confirmado pelo historiador Romano Suetônio.c
PRINCIPAIS ACHADOS ARQUEOLÓGICOS DO
ANTIGO TESTAMENTO
- Leis Mesopotâmicas, Código de Hamurabi:
Conjunto de leis do 2º e 3º milênios antes de Cristo que ilustram o período patriarcal. Exemplo: Código de Hamurabi (1750 a.C.)
Código de Hamurabi
Conjunto de leis do 2º e 3º milênios antes de Cristo que ilustram o período patriarcal. Exemplo: Código de Hamurabi (1750 a.C.)
Oração
de um certo sacerdote chamado Ipwer que reclama ao deus Horus as desgraças que
assolavam o Egito. Entre elas, menciona o Nilo se tornando sangue, a escuridão
cobrindo a terra, os animais morrendo nos pastos e outros elementos que mostram
muito de perto as pragas mencionadas no Êxodo.
- Estela de Merneptah:
Estela de Merneptah
Uma coluna comemorativa escrita por volta de 1207 a.C. que conta as conquistas militares do Faraó Merneptah. É a mais antiga menção do nome Israel fora da bíblia. Mostra Israel existindo durante o período dos juízes.
Fragmentos
de escrita aramaica encontrados em Tell Deir Allá (sucote). Estes trazem
fragmentos de um episódio da vida de Balaão filho de Beor, o mesmo Balaão de
números 22. Os textos mostram que os cananitas mantiveram lembranças deste
profeta.
- Estela de Tel Dã:
Estela de Tel Dã
Placa comemorativa da conquista militar da Síria sobre a região de Dã. Possui a inscrição “Casa de Davi”. É a primeira menção fora da bíblia do rei Davi, indicando que este fora um personagem real.
- Obelisco Negro e Prisma de
Taylor:
Obelisco Negro
Prisma Taylor
Estes artefatos mostram duas derrotas militares de Israel. O primeiro traz o desenho do rei Jeú prostrado diante de Salmanazar III oferecendo tributo e o segundo descreve o cerco de Senaqueribe a Jerusalém, citando contextualmente o confinamento do rei Ezequias.
Essa
antiga inscrição hebraica encontrada dentro do tanque que existe até hoje, marca a comemoração do término do túnel construído
pelo rei Hezequias, conforme o relato de II Crônicas 32:2-4.
PRINCIPAIS ACHADOS ARQUEOLÓGICOS DO
NOVO TESTAMENTO
Alguns
ossuários costumavam trazer uma inscrição com o nome da pessoa que estaria ali.
Este ossuário foi encontrado em 1990 e legitimado como sendo mesmo de Caifás
mencionado em Mateus 26 e João 18.
- Esqueleto do crucificado:
Fragmento de Osso do "esqueleto do crucificado"
Ossuário encontrado em 1968 revelando a ossada de um certo Yehohanan (João em Aramaico) que morrera crucificado. Este é um único exemplar de crucificado que temos notícia. Graças a este estudo, foi possível levantar importantes detalhes sobre os modos de crucifixão usados no tempo de Cristo.
- Inscrição de Pilatos:
Inscrição de Pilatos
Placa comemorativa encontrada em Cesaréia Marítima no ano de 1962 revela Pilatos como prefeito da Judéia. Antes disso, sua existência era questionada pelos céticos.
- Cafarnaum:
Ruínas de Sinagoga em Cafarnaum
A cidade onde Jesus morou foi escavada e preservada para visitação. Ali é possível se ver os restos de uma sinagoga e de uma igreja bizantinas que foram respectivamente construídas sobre a sinagoga dos dias de Jesus e a casa de Pedro, o líder dos doze Apóstolos.
OS ESCRITOS DO MAR MORTO E SUA
RELEVÂNCIA PARA NÓS HOJE
Estes
manuscritos foram descobertos por um garoto beduíno em 1947, nas redondezas do
mar morto ao deserto da Judéia. Acredita-se que lá fora a morada dos Essênios,
facção religiosa que rompeu com o partido sacerdotal de Jerusalém.
Cavernas de Qunram
Em
grutas, o garoto descobriu antigas cópias do Antigo Testamento e outros livros
judaicos guardados por quase dois mil anos.
Em
pelo menos onze cavernas, todos os manuscritos encontrados formavam uma grande
biblioteca de textos que contextualizavam o judaísmo nos dias de Cristo.
Outra
contribuição foi ajudar a estabelecer a confiança na transmissão do texto bíblico.
Este achado proporcionou cópias de livros datados em 250 a.C. que ao serem
comparados com o texto base das traduções modernas, o texto hebraico
massorético, confirmaram a fidedignidade dos textos bíblicos.
CONCLUSÃO
A
arqueologia é uma excelente ferramenta de compreensão bíblica, pois, como
podemos ver, a história fala. Ela
no ajuda a entender melhor contextos culturais, e também, confirma relatos
históricos. Isto nos leva a compreender melhor passagens bíblicas e a confiar
na historicidade da bíblia.
Se
você quiser conhecer um pouco mais sobre o assunto de Arqueologia, visite o
único museu do Brasil de arqueologia bíblica que se chama “Paulo Bork” e está
localizado no Centro Universitário Adventista de São Paulo Campus 2.
Ou assista os vídeos e leia os artigos clicando no link abaixo:
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Aplicação
homilética para a Arqueologia Bíblica:
Crê nisto?
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Salvo indicação contrária, todas as referências bíblicas neste texto são da:
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. A Bíblia Sagrada. Revista e Atualizada no Brasil. 2° ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
"Artefatos que contam histórias", Acessado em: http://novotempo.com/evidencias/2011/10/14/video-artefatos-que-contam-historias/
"Comprovações arqueológicas", Acessado em: http://novotempo.com/evidencias/2011/10/28/video-comprovacoes-arqueologicas/
"Evidências históricas da bíblia", Acessado em: http://novotempo.com/evidencias/2011/05/20/video-evidencias-historicas-da-biblia-2011/
SILVA, Rodrigo. A arqueologia e a bíblia. Acessado em: http://www.universidadedabiblia.com.br/o-proposito-da-arqueologia-biblica/
_______________. A
natureza e o propósito da arqueologia Bíblica. Acessado em: http://novotempo.com/evidencias /2011/04/01/a-arqueologia-e-a-biblia/
Parabéns Albert. Pelo blog e pelo que disse: "tento ser Cristão". Longe da hipocrisia, arrogância e presunção encontramos o nosso salvador...
ResponderExcluirAgradeço o comentário! Deus te abençoe! abraço!
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