Você já se perguntou: O que é o Canon e como ele se
desenvolveu no Novo Testamento?
Esta palavra Canon tem seu significado original
relacionado a um padrão, uma régua, uma linha de equilíbrio, ou seja, o Canon
seria a norma de escrituras consideradas normativas e inspiradas pelo Espírito
para a igreja cristã (WESTCOTT, 1855).
Seu
desenvolvimento aparece na história como uma exigência de autoridade, em
outras palavras, na época que foram escritos os 27 escritos do Novo Testamento,
eles não eram ainda escrituras sagradas, existia apenas o Antigo Testamento (MOULE, 1979). Por esta
ausência de padrão das "novas escrituras" existiam muitos
evangelhos falsos. Por razão de seu número sempre aumentar, a igreja se viu em
necessidade de se atribuir uma norma autoritativa fixa (CULMANN, 1970).
O
processo de formação do Canon levou em conta que a tradição apostólica seria a
norma superior para o valor canônico. Somente escritos tendo seus autores como
apóstolos ou relacionados com os apóstolos são considerados como o mais puro
testemunho cristão (CULMANN, 1970).
É
interessante notar que neste processo de formulação do Canon baseado na necessidade, o padrão das escrituras não era
feito por adição de livros, mas por eliminação dos falsos. Em outras palavras: Os
livros do NT não se fizeram possuídos de autoridade para a igreja pelo fato de
virem a ser formalmente incluídos em uma lista canônica; pelo contrário, a
Igreja os incluiu no Cânon porque já os havia como divinamente inspirados,
reconhecendo-lhes o valor inato e a autoridade apostólica, direta ou indireta
(BRUCE, 1965). A ação dos concílios de modo algum representa a imposição de
algo novo às existentes comunidades cristãs, pelo contrário, foi apenas a
simples codificação do que já era prática geral, corrente nessas comunidades
(BRUCE, 1965).
Por volta do ano 200, o Canon do Novo
Testamento se aproximava muito do nosso, mas, as discussões com relação ao Canon
somente foram concluídas, no Ocidente pelo fim do século IV, sendo marcadas
pelos seguintes eventos o Sínodo de Roma em 382, Concílio Africano de Hipo em
393 e de Cartago em 397 (CULMANN, 1970). No oriente mais distante o processo
demorou-se um pouco mais; foi somente por volta do ano 508 que II Pedro, II e
III João, Judas e o Apocalipse vieram a ser incluídos em uma versão da Bíblia
Siríaca em adição aos outros vinte e dois livros formando o Canon de 27 livros
conhecido de hoje (BRUCE, 1965).
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WESTCOTT, B. Foss. A General Survey of The History of The Canon of The New Testament. New York: The University Press Cambridge, 1855.
WESTCOTT, B. Foss. A General Survey of The History of The Canon of The New Testament. New York: The University Press Cambridge, 1855.
BRUCE,
F. F. Merece Confiança o Novo
Testamento? São Paulo: Edições Vida Nova, 1965.
CULMANN, Oscar. A
formação do Novo Testamento. São Leopoldo: Editora
Sinodal, 1970.
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